Terça-feira, 3 de Abril de 2007

FREGUESIA DE ARRABAL

 

 

 

Freguesia de Arrabal
 
A freguesia de Arrabal, situada nas fraldas da Serra D’Aire a meia distância do eixo Leiria-Fátima, foi criada em 1592 pelo bispo de Leiria D. Pedro de Castilho. Ao nível eclesiástico foi instituído um curato cuja apresentação era de responsabilidade daquele prelado. 
Reconhecia-se assim o progresso evidenciado por uma terra que continuaria em ascensão até aos nossos dias. O seu passado rural projectou-se no presente. O pastoreio serrano acabou por originar a indústria têxtil. O seu património edificado apresenta vários motivos de interesse. O realce vai para a igreja paroquial, templo de uma só nave. A capela-mor é revestida, até à sanca, de azulejos datados do século XVII, sendo admirável o registo polícromo de Santa Margarida que se vê no alto do arco-mestre.
 
População: 4000
 
Actividades económicas: Agricultura, ind. têxtil, alimentar, vidreira e madeiras
 
Festas e Romarias:
- Santa Luzia (1.º dom. de Jan.),
- Santa Margarida (3.º dom. de Julho),
- Senhor dos Aflitos (1.º dom. de Agosto),
- N. Sra. da Conceição (2.º dom. de Agosto),
- Espírito Santo (7 semanas depois da Páscoa)
 
Património: Igreja matriz e ermida de S. João Baptista em Soutocico, capela de
N. Senhora da Conceição no Freixial e Capela de Santa Luzia em Martinela.
 
Outros Locais: Costa da Castelhana e rio do Valdeira, fonte de Santa Margarida, Museu Etenográfico do Freixial
 
Gastronomia: Papas de sarrabulho e migas
 
Artesanato: Bordados e artes decorativas
 
Orago: Santa Margarida
 
Feiras: Mensal (ao dia 16)
 
Arrabal edita livro
Chama-se “Orvalhos da Saudade” e reúne escritos de 15 poetas da freguesia do Arrabal. É uma obra inédita, dada à estampa pela Junta de Freguesia do Arrabal, que no passado domingo a deu a conhecer à população que encheu por completo o auditório da localidade.
Na ocasião, Afonso Santos, presidente da Junta de Freguesia, explicou que o livro “pretende homenagear os poetas da freguesia - os que já faleceram e os que estão entre nós”. O autarca aproveitou o momento para pedir à Câmara Municipal mais apoio e os meios necessários para a Junta de Freguesia poder continuar a fazer cultura no Arrabal.
Vítor Lourenço, vereador da Cultura, garantiu que o executivo municipal nunca deixará de dar o apoio que a freguesia merece nesta ou noutras ocasiões, e felicitou os poetas da freguesia pela sua dinâmica.
Na apresentação do livro, participaram ainda a Sociedade Artística Musical 20 de Julho de Santa Margarida do Arrabal, a Sociedade Filarmónica Senhor dos Aflitos de Soutocico, jograis, a Tocata do Rancho Folclórico do Freixial, o Grupo Coral do Arrabal e o actor Quiné.
O livro, de mais de 200 páginas, reúne poemas de Abílio Correia das Neves, Afonso Dinis Vieira, Américo Ferreira de Oliveira, Augusta Pereira Brites, Celeste Soares Pinto, Fernando Carvalho Brites, José Adelino Brites, José Manuel Selada, Manuel Velez Mourinha, Manuel Costa Brites, Marcelo Marques de Oliveira, Margarida Vieira Brites, Maria José Camponês, Maria Júlia Ferreira e Vera Bernardino Ferreira, esta última uma adolescente de 13 anos.
 
 

ENTERRO DO BACALHAU 

   O cortejo fúnebre "Enterro do Bacalhau", tradição de riquíssimo valor cultural que se perde nos anais do tempo, é representado pelas gentes do lugar do Soutocico, numa manifestação teatral com cerca de duzentos figurantes. Esta peça popular de cariz marcadamente pagão, percorre as ruas da aldeia no sábado de aleluia e inicia-se por volta das 21:30 horas para terminar próximo das 24 horas, altura em que é servida uma monumental ceia de bacalhau a todos os presentes, sejam dos actores ou simplesmente espectadores.

   Representado em 1938 pela 1°. vez no lugar do Soutocico, constituiu tal êxito, na altura, que passou a ser o ex-libris histórico-cultural das pessoas da povoação, não obstante o mesmo ter sido proibido pelo regime de Salazar, a pedido das Instâncias Religiosas.

   Quando aconteceu em Abril de 1974, as saudades do "Enterro do Bacalhau" eram tantas que o Clube Recreativo e Desportivo do Soutocico decidiu reeditar o evento, fazendo para tal uma pesquisa apuradíssima. Reunidas, pois, as condições necessárias para a representação, e muito embora as autoridades religiosas voltassem a manifestar-se contra, certo é que voltou ás ruas por mais quatro vezes entre 1977 e 1983. Curiosamente, era nas gentes mais simples e convictamente ligadas á igreja, que mais se fazia sentir o entusiasmo transbordante pela representação da peça.

   A tradição do "Enterro do Bacalhau" parece remontar ao século XVI, durante o movimento contra-reforma. Sabe-se que o Concílio de Trento, conferindo á Igreja Católica o poder centralizado e o autoritarismo que possuía antes da Reforma de Lutero e Calvino, levou a que a nova Inquisição combatesse em força as chamadas heresias, independentemente da perseguição aos dos Evangelhos atrás citados. Esta Igreja que proibia o consumo total da carne durante a Quaresma, abria um precedente a todos aqueles que comprassem a bula. Este indulto só servia os mais abastados, que o podiam pagar, enquanto os desfavorecidos, a grande maioria afinal, teriam de se socorrer do peixe na sua alimentação durante as sete semanas da quaresma. O peixe mais acessível era o bacalhau. O povo revoltou-se contra esta determinação, mas teve de abdicar, não sem que antes criasse esta festividade pagã, como sentimento de revolta pela sua impotência.

   O bacalhau implantou-se assim nos lares dos pobres, sendo o seu salvador. Cozinhado de mil maneiras diferentes, ele foi absoluto durante o período da Quaresma findo o qual o tribunal fantoche dos filhos o julgou e o condenou a morte, por inveja da sua popularidade. O advogado de acusação, o traidor "Filho da Maria Malvada", cujas origens eram de um mero filho do povo, fundamentou o seu ataque no facto de, durante o período de abstinência, só lhe ter calhado do malcheiroso, do escamudo, do mal curtido, do rabo e asa, etc.

   Esta traição enraiveceu uma vez mais toda aquela gente simples que, durante o cortejo, pede a sua cabeça, para que se faça justiça ao bacalhau.

   Os três principais sermões: "Vida e Morte do Bacalhau", "Testamento do Bacalhau" e as "Exéquias do Bacalhau", formam com as quadras cantadas ao som da marcha fúnebre de Chopin, um espectáculo digno de ser visto. Para além dos três sermões apontados, é tradição do Soutocico, a queima do Judas, no mesmo dia e após o enterro. Logo que o bacalhau desce á cova, segue-se um sermão ao Judas que começa "...São Cipriano por Belzebú te invoco, pote das almas, toucinho cru, bruxas do inferno, luzecus do além, penas de corvo, sangue de frango, louvo o tranglomano, para sempre louvado, pater, filho e espirito sentado ..."

   Seguidamente, o Judas é queimado e rebentado entre alaridos e gáudio da multidão.

Batem sinos nas capelas 

bandeiras a meio pau 

moços velhos e donzelas 

ponham luto nas panelas 

que morreu o bacalhau

II

Com dinheiro havia a bula 

Nesse tempo tão sacana 

Uns podiam comer carne 

e outros só a barbatana

III

Sou um pobre desgraçado 

e valho pouco dinheiro, 

Peço que me enterrem. 

Á rota de um taberneiro

IV

E quando de mim há falta  

neste mundo rancoroso 

sou sempre um escondido, 

como sendo um criminoso

V

Foi Pilatos; teu amigo 

e Caifaz teu redentor 

de que recebeste patacos 

para entregar o Senhor

VI

Já com os trinta dinheiros 

em afeição derradeira 

foste acabar enforcado 

nos braços de uma figueira

    

   Quando após muito tempo se fala, ainda que ao de leve, em apresentar ao povo o "Enterro do Bacalhau", de novo a população se transforma e a giganta, prende de satisfação e metamorfoseia a monotonia dos seus dias simples na encenação de algo de belo, envolvente, artístico e de uma imponência espectacular. Os ensaios á noite, depois de longa jornada, de trabalho, poderiam tornar-se fatigantes, porém a força de vontade e o querer participar nesta festa tão arreigada á gente do Soutocico, ontem como hoje, tudo transcende. 

   Imagine-se a descida, da calçada, no centro, do lugar, em sábado de aleluia á noite, com, um matizado fantástico dos coloridos trajes, grotescamente iluminados pela, infinidade de archotes que acompanham o cortejo. A definição só pode ser uma: esplendoroso! Ultrapassa tudo quanto há de imaginável em teatro popular de rua.

 

C.R.D.S.
Clube Recreativo e Desportivo do Soutocico 
HISTORIAL
 
Esta colectividade tem a sua origem no final da década de sessenta, na medida em que foi nesta altura que surge a primeira equipa de futebol, por acaso feminino, da qual algumas atletas foram convocadas para a selecção nacional.
Até aqui já se praticava futebol, mas sem grande expressão competitiva, muito embora uma dessas equipas, intitulada "Sulfato de cobre" devido à cor das suas camisolas, tivesse ganho 14 jogos consecutivos.
Com a revolução de Abril e com o recrudescimento do movimento associativo, a população de Soutocico sentiu necessidade de criar um espaço onde se pudessem encontrar regularmente.
Embalada por este entusiasmo, um grupo significativo de jovens, orientados por algumas pessoas menos jovens, mas imbuídas do mesmo espírito empreendedor, lançaram mãos à obra, e assim nasceu o CLUBE RECREATIVO E DESPORTIVO DO SOUTOCICO, com estatutos aprovados em 28 de Junho de 1975.
Em 15 de Agosto do mesmo ano tem inicio a construção da sede social, tendo como meios monetários apenas 50.000$00.
A 1 de Abril de 1977 era inaugurado o parque desportivo, cujo o jogo inaugural foi com o Sporting de Pombal.
Ao longo da sua vida, o Clube desenvolveu diversas actividades, quer desportivas, quer culturais.
Em 1976 é federada a primeira equipa de futebol de 11, tendo na época seguinte ascendido à 1ª Divisão Distrital, mantendo uma actividade regular durante 13 épocas consecutivas. O seu ponto alto foi a presença na Taça de Portugal nas épocas de 1981/1982 a 1982/1983.
Durante alguns anos teve também uma equipa de futebol juvenil federada.
Em 1982, surge então o basquetebol feminino tendo participado no campeonato Distrital, acabando por vencê-lo, ascendendo à 2ª Divisão Nacional, onde se manteve durante 5 anos. Foi também campeã distrital durante as 6 épocas consecutivas em que se manteve em actividade.
Das nossas atletas destacamos uma que foi convocada para os treinos da Selecção Nacional.
O basquetebol júnior e sénior, masculino participaram num campeonato distrital, tendo os juniores alcançado o primeiro lugar.
Depois de alguns anos de paragem, as condições do parque desportivo foram substancialmente melhoradas nomeadamente com a construção de novos balneários / sala polivalente, o que possibilitou o reaparecimento do futebol, na época de 2002/2003, mas apenas em escalões de formação.
No que concerne a actividades culturais destacamos o grupo de teatro amador, que surgiu no final da década de 70, e teve alguma projecção, levando à cena peças como "O Mar", "O Escravo", "O Soldado Vigilante" e "A Farsa do Mestre Patelan".
Ainda no âmbito da actividade teatral salientamos aquele que é considerado, unanimemente, o grande evento cultural, "ENTERRO DO BACALHAU", que desde 1976 até aos nossos dias, tem tido uma periodicidade quadrienal , sendo a ultima realização a 17 de Abril de 2004.
Para além do atrás descrito, tem sido preocupação dos órgãos sociais promover algumas iniciativas que proporcionam à população momentos de convívio, laser e cultura, tais como actuações de grupos corais, bandas filarmónicas, grupos de teatro, música popular, piqueniques, excursões, passagens de ano, etc.
Apesar das limitações, de diversa ordem, pode esta colectividade orgulhar-se quer da sua história, quer do seu já vasto património.
 
 

João Lopes Soares

 

João Lopes Soares (Arrabal, Leiria, 1878Lisboa, 1970) é um professor, pedagogo, autor e político português.

Formou-se em Teologia na Universidade de Coimbra no ano de 1900.

Ordenado presbítero fez o concurso para capelão militar (1902) ficando colocado numa unidade militar da província. A sua transferência para a capital marca uma viragem na sua vida. Adere então às ideias republicanas, tornando-se um activo propagandista, o que o faz ser preso em 1908.

A implantação da República, em 1910, permite-lhe uma rápida ascensão política. Começa por ser nomeado professor no Instituto dos Pupilos do Exército. A sua formação religiosa veio a tornar-se, todavia, um trunfo precioso para a nova República, carente de republicanos que despertassem a confiança das populações nos distritos mais católicos. Não tarda a ser nomeado governador civil dos distritos da Guarda, depois de Braga e por último de Santarém.

De 1916 a 1926 exerce é deputado pelos círculos de Guimarães e Leiria. Em 1919 exerce o cargo de Ministro das Colónias, batendo-se pela sua manutenção. Apenas em 1927 a Santa Sé o desobriga das Ordens eclesiásticas, deixando então na pratica de ser padre. Republicano convicto é votado ao ostracismo por Salazar, procurando então no ensino um meio de subsistência. Funda em 1935 o conhecido Colégio Moderno, na Azinhaga de Malpique, hoje Rua João Soares, onde trabalharam como professores muitos dos opositores do antigo regime (Álvaro Cunhal, Agostinho da Silva, entre outros). Foi autor de diversos livros escolares, entre os quais se destaca o Novo Atlas Escolar Português.

João Lopes Soares foi pai de Mário Soares.

 

 

FESTAS E ROMARIAS
 
   As características únicas desta zona geográfica tão rica e diversificada, aliada à necessidade de trocas comerciais e ao culto da religião, tornaram-na uma Região de grande tradição, cor e animação.
   Numa Região tradicionalmente agrícola, as feiras constituem, desde há séculos, uma oportunidade de abastecimento dos artigos de comércio local, outrora dias de festa, onde era possível ver os saltimbancos ou comediantes, onde se comia e bebia e cantavam e bailavam as castiças modinhas, que já os pais e os avós haviam cantado e bailado. 
 
Actualmente, apesar dos mercados terem assumido uma função mais comercial, estes continuam a constituir um local de encontro e convívio muito importante no contexto regional.
   
 As festas e romarias estão, na sua maioria, aliadas à religião e ao culto. A elas se associam com frequência exibições de grande qualidade, de grupos folclóricos e etnográficos, que traduzem modos de vida, danças, cantares e indumentárias tradicionais, características desta região. Durante todo o ano e principalmente no Verão, a Região é palco de uma grande variedade de feiras, festividades e romarias, entre as quais importa salientar as seguintes:
 
FESTA DE Stª LUZIA E REIS MAGOS - 1º E 2º DOMINGO DE JANEIRO EM MARTINELA
 
FESTA DE S.SEBASTIÃO - ULTIMO DOMINGO DE JANEIRO EM ARRABAL
 
ENTERRO DO BACALHAU - SÁBADO A SEGUIR AO DIA DE PÁSCOA EM SOUTOCICO
 
FESTA DE Stª.MARGARIDA - 3º FIM-DE-SEMANA DE JULHO EM ARRABAL
 
FESTA DO Sr.DOS AFLITOS - 1ºDOMINGO DE AGÔSTO EM SOUTOCICO
 
FESTA DE NªSrª DA CONCEIÇÃO - 2ºDOMINGO DE AGÔSTO EM FREIXIAL
 
FEIRAS DOS 16´s - AOS 16 DE CADA MÊS NOS CARDOSOS
 
 

0 Vale da Crima

 

0 Vale da Crima surge-nos como curiosidade, ao fazermos o levantamento toponímica da freguesia do Arrabal.

    Este local verdejante que se situa a sudoeste da Martinela, acompanhado na sua extensão por altas rochas lajeadas fazendo lembrar um mini lapedo, aparece associado às invasões francesas, segundo depoimentos colhidos junto das pessoas mais idosas da região.

    As opiniões, no entanto, dividem-se quanto à origem do topónimo. Uns defendem que tal teria acontecido durante a primeira invasão, da responsabilidade de Junot, em 1808, ao destacar para a área de Leiria o General Margaron, que positivamente arrasou a cidade com as suas peças de artilharia pesada, naquela que ficou tristemente célebre com a batalha de Leiria.

    Defende-se até que para condenar os reféns, teria chegado ao ponto de criar um tribunal num local próximo do Vale da Crima, conhecido por Padrão (Pardon?). Outros há porém, que garantem estar o Vale da Crima (Val du Crime) ligado à terceira invasão francesa, chefiada em 1810 por André Massena.

    Teixeira Botelho escreve em 1915 um livro a que chama "Guerra Peninsular" e vem fazer um pouco de luz sobre as ocorrências verificadas na Primavera de 1811, quando o "Filho da Vitória" retira atabalhoadamente para Santarém, depois de derrotado nas linhas de Torres Vedras. Ansioso de reforços que não chegavam, consegue contactar com o seu General, Jean Baptiste Drouet, Conde d'Erlon, a quem ordena que rume a Portugal com o seu 9° Corpo de 8 000 homens, depois de ouvido o Imperador. Este assim faz e chega a Leiria, onde fica a guardar novas ordens. A situação porém não melhora para Massena, pois as comunicações estavam deterioradas e este temia aventurar-se em operações com o exército anglo-luso. As tropas enfraquecidas e famintas do general saqueavam e matavam num redor de quinze léguas e quando os bandos regressavam com as alimárias carregadas, eram muitas vezes chacinados por emboscadas, que lhes retiravam o produto dos saques. Conta-se que era rara a expedição que não regava com sangue a "aquisição" de mantimentos. Sabendo-se que o percurso mais próximo entre Tomar e Leiria passa pelo Vale da Crima, estamos em crer que serão estes depoimentos os que mais se aproximaram da realidade de tal topónimo. De uma forma ou de outra, esse local aprazível e de raro encanto, como aliás tantos outros com que a natureza dotou a freguesia do Arrabal é um convite a uma tarde de nostalgia, onde a história e o ambiente parecem acasalar, esquecidos daquela Primavera sangrenta.

 

 

 
Marcha do Soutocico
 
 (1)
Soutocico à entrada
Tem a fonte e o pousadoro
E tem mulheres a lavar
A roupa no lavadouro
(2)
Dizem os que por cá passam
E bebem água na fonte
Que lindas são as sobreiras
E a Senhora do Monte
(3)
Tens uma linda capela
E o largo do terreiro
Onde se juntam os homens
Mulheres e o taberneiro
(4)
Subindo a tua calçada
Ladeira de tradições
Por lá passam namoricos
Unindo os corações
(5)
A costa da castelhana
E a rocha das cerejeiras
O castanhal das castanhas
Fontinha das giesteiras
(6)
A costa da castelhana
Costa de muita esperança
Ao toque de realejos
Anda a malta na dança
(7)
De vez em quando lá sai
Mais uma boca brejeira
Não falta lá ao domingo
A cesta da Tremoceira 
 
(REFRÃO) 
Ó SOUTOCICO, TODO CONTENTE
Ó SOUTOCICO TODO ENGRAÇADO
SEMPRE ALEGRE SATISFEITO E ANIMADO
CAIU NA GRAÇA DE TODÁ GENTE 
 
                                              
 
 
(8)
Passam os carros de bois
Nas ruas aos solavancos
Homens com botas de tachas
Raparigas de tamancos
(9)
Rapazes vão caminhando
Nas ruas da nossa aldeia
Com a barriga vazia
De vinho ela está cheia
(10)
Os homens andam na horta
E as mulheres no pereiro
As crianças vão prá escola
E os velhos no sapateiro
(11)
Do canto até ao brejo
Da barroca ao canádo
O povo anda contente
Não quer lembrar o passado
(12)
Terra de raro encanto
Aldeia de Portugal
Tens um povo tão unido
Como não há outro igual
(13)
A malta do Soutocico
É divertida e porreira
Em dia de festas andam
Todos com a bebedeira
(14)
O lugar do Soutocico
Ao meio tem uma ladeira
Onde os rapazes se juntam
Quando vão prá brincadeira
 

 

Publicado por alfredocr às 18:57
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